Da arquitectura para as artes, a viragem de carreira de Alexandre Alonso deu-se quase como por acaso. No Verão de 2014, num jantar de amigos, foi desafiado a fazer três retratos. No final desse mesmo ano, apresentou-os ao público, numa exposição a que deu o nome de “The Three Man Show”. Dois meses depois, fechou-se o ciclo da arquitectura e nasceu o pintor. “A arquitectura foi parte muito importante da minha formação, tanto profissional como pessoal, mas cumpriu o seu objectivo enquanto disciplina e o futuro pertence agora totalmente à pintura”, conta o artista plástico, de 43 anos, natural de Lisboa.  Aos poucos, viu o seu talento ser reconhecido, e à custa de muito trabalho e persistência foi conquistando uma lista de coleccionadores bastante significativa, quer a nível nacional quer a nível internacional.

Como pintor figurativo, o trabalho de Alexandre Alonso divide-se em dois universos distintos: As obras que lhe são encomendadas e aquelas que constrói a partir de uma ideia ou de uma intencionalidade, de um certo momento ou circunstância. De qualquer forma, esclarece, “apesar de duas abordagens diferentes, o objectivo, em ambos os casos, é exactamente o mesmo. Tentar sempre que o sujeito fique totalmente vinculado à sua condição humana, que através da minha reinterpretação, é traduzível em algo que emociona, que se nega à indiferença, e que permite uma relação muito pessoal entre obra e observador”.

“A inspiração existe, mas é bom que te encontre a trabalhar”. É com esta citação de Picasso, que Alexandre Alonso justifica a relação pragmática que mantém com as suas fontes de inspiração. “No meu caso, ainda sem ideias concretas, começo sempre pelo olhar”. Um olhar bastante penetrante, ao qual é impossível ficar indiferente, quando admiramos os seus retratos. Autodidata, o artista plástico revela que gosta de começar a trabalhar de manhã bem cedo e na companhia de uma boa banda sonora. “Acredito plenamente que a música, dependendo obviamente da escolha da mesma, vai imprimir um determinado ritmo ao quadro. A forma como são feitas as manchas ou até como o pincel ataca a tela”, assume Alexandre Alonso, que já está a preparar a sua terceira exposição a solo para o início de 2021, que terá lugar no Espaço Exibicionista, em Lisboa.

 

byalexandrealonso.com

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